"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.
Amir Klink

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sonho de viagem

Quando pequena meu sonho era conhecer a Disney. Tentei juntar dinheiro da mesada durante um tempo para isso... nada feito. Aos 11 foi para Houston (que ok, não tem nada a ver com a Disney) por que meu tio morava lá. Ele me levou a alguns parques de diversões e eu finalmente conheci os EUA.
Ficando mais velha vi que eles não são nada de mais, muito pelo contrário. Fiquei um tempo sem grandes sonhos de viagem... até ano passado.
Me bateu uma de que eu TENHO que fazer um mochilão pela Europa. Não tem essa, antes dos 25 eu irei.
A Clarissa tá lá agora e eu fico babando as fotos... ah que inveja. Já planejei boa parte da viagem, já sei que lugares conhecer, onde ficar preciso apenas de dinheiro e tempo. E bom, isso não tá tão fácil assim de conseguir.
Um dia posto aqui esses planos, e se tudo der certo, a viagem.
Por enquanto eu fico tentando arranjar dinheiro para juntar e embarcar

segunda-feira, 26 de maio de 2008

São Paulo - SP

Fui para São Paulo duas vezes, antes dessa. Uma por volta dos 8 anos de idade quando fui ao Parque da Mônica e outra em 2005 com a viagem do coral quando cantei, dormi, comi e fui no parque Ibirapuera. Quero ainda ir com tempo a São Paulo conhecer os museus, Teatros, praças e etc. Dessa vez deu tempo só de ver a Paulista em plena passeata gay.

Eu, Rodi, Bé (Roberta, irmã do Rodi) e Alfredo subimos de carro para São Paulo no início da tarde para tentar fugir do trânsito. Até que conseguimos... como tava sol achamos que a galera quis aproveitar um último dia de praia.
Deixamos as malas na casa da Bé e fomos comprar a passagem para o Rio na marginal Tietê.
De lá pegamos o metro até a Paulista. E que confusão! Mó putaria aquela passeata. Tá certo, já tinha acabado a passeata em si, mas tinha muita gente por lá ou enchendo a cara ou se pegando com alguém, e esse alguém independe de sexo, obviamente. Coisas bizarras/engraçadas que vimos:
uma plaquinha: "Algum hetero?" e outra "Beija meu amigo?",
duas meninas se pegando num cantinho mas a que tava de costas tava com um cofrinho com metade da bunda aparecendo, mas ela não tava nem ai para isso;
muitas camisinhas no chão, usada em sua maioria;
ouvimos a frase "ai por que eu que vou ter que dar?" no jeito mais bicha de ser.

Saímos da confusão entrando no cinema Estação. Vimos um Beijo Roubado. Bom, mas como o diretor é oriental ficou um filme americano com cara de oriental. Curioso.
De lá fomos comer pizza em um lugar que só vende pizza aos pedaços. Ficamos tomando cerveja, conversando e depois comendo.
Ficamos ouvindo música e esperando a Bé num ponto de ônibus perto de uma estação do metrô para ela me dar a mochila e fomos para a rodoviária. Ficamos mais um tempo sentados lá até a hora do meu ônibus e a hora do metrô fechar.
Aí o Rodi foi embora.
Eu fiquei lá na Rodoviária sentindo gosto de despedida nos olhos. Até o ônibus sair.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Santos - SP

Aos 14 anos fui para uma cidade chamada Itajubá-MG participar de um evento chamado Laboratório Coral. Fui meio de louca, com mais duas amigas sem saber muito o que era, como era, onde ia ficar. Mas fomos. E acho que foi uma das melhores viagens da minha vida. Talvez não tanto... mas uma das que mais marcou, isso eu não tenho dúvida. Hoje a maioria das pessoas importantes na minha vida eu convivi em Itajubá (tanto em 2004, quanto no ano seguinte e em 2007).
Neste primeiro ano conheci uns paulistas. A maioria de Santos, SP. Eu confesso: odiava o sotaque e como boa carioca falava mal dos paulistas. Mas essas pessoas me fizeram perder o preconceito, deixar de odiar o sotaque e até ter vontade de ir para São Paulo.
Durante os 4 últimos anos pedi muito para a minha mãe para vir para Santos. Ela nunca deixou. Numa discussão perguntou se eu tinha visto Bicho de Sete Cabeças, fui ver. Pra quem não viu o filme e um cara que vem para Santos e acaba na casa de uns traficantes. "Mãe, meus amigos não são traficantes!!!".
Fiz 18 anos e ok, ela não pode mais reclamar muito. Pouco antes disso ela conheceu o Rodi que com cara de bom moço a deixou mais tranqüila.

E finalmente aqui estou eu.

Cheguei na madrugada de quarta para quinta. O Rodi me buscou na rodoviária de São Paulo e descemos a serra. As famosas curvas da estrada de Santos...
Chegando fomos encontrar o Helio e a Lili num bar perto da faculdade de Helio. Lá eu conheci os pais dele, as duas irmãs e uns amigos. Fomos para um bar mais vazio ali perto (onde dava pra conversar) mas lá não pode falar palavrão. Lá trabalha a família do cara, então quem fala palavrão ele expulsa do bar. O.o Então tá.
Viemos pra casa e conheci a Sônia, mãe do Rodi. Dormimos e na quinta fomos a praia aqui pertinho. O Rodi me explicou como funciona a cidade, a praia e talz. Depois voltamos pra casa, conheci a irmã dele e o Alfredo, cachorro dela. Almoçamos, saímos pra passear com o cachorro e alugamos um DVD. Helio, Lili e Sammy vieram para cá mais tarde. Ficamos conversando e comendo um tempo por aqui. O Helinho tava se sentindo mal e eles foram embora. Vimos o filme eu, Rodi, Roberta (a irmã), Alfredo (o cachorro) e Sônia (a mãe). Logo após um discurso sobre como você pode chegar aonde quiser se você tiver duas coisas: dinheiro, um veiculo que te leve e saber aonde quer ir. Veja bem, duas coisas. =P
O filme é bom, Espanhol, conta a história de um cara que vivia preso na própria vida sem conseguir um emprego, com a mesma namorada de anos, com um pai doente que ele tinha que cuidar e um irmã preso. O resto não vou contar por que perde a graça. Azul escuro quase preto.
Hoje fomos ao Guarujá município vizinho a Santos onde tem praias mais bonitas do que as daqui. É onde a "paulistada" vai passar finais de semanas e feriados. Muita gente tem casa de veraneio lá e acaba que dias de semana a cidade fica tranqüila e vazia. O que não era o caso de hoje. Na volta, ficamos tanto tempo parados na fila da balsa que dormimos. Eu no banco de carona e o Rodi no de motorista. Acordamos com os motores sendo ligados. =P
Fomos no aquário municipal que é bem legal, eu que nem gosto de fundo do mar, rios e etc. né. Tem um bem bonito que simula o fundo do Rio Amazonas. E um outro com arraias, que eu adoro. Tem tubarão, pingüim e um leão marinho. o Rodi contou que o leão marinho anterior, de quando ele era criança, era mais legal, pulava, nadava... mó exibido. Mas esse agora fica só deitadão lá.
Na sexta a noite fomos para a balada
de Santos. O Internet Bar é de um cara que já foi para Itajubá, então o Rodi o conhece. Duas bandas tocaram, ficamos dançando, bebendo até tarde.
Depois de um certo mico que um certo amigo pagou =P fomos para casa. Depois de um pouco de insônia, dormi.
Sábado fomos almoçar na casa do pai do Rodi. Conheci os irmãos, as sobrinhas, cunhados, pai, madrastos. Depois de comer de sobremesa morango com chantilly, e todos eles falarem que virão para o Rio ficar na minha casa =P eu e Rodi fomos dormir. A noite teve show do Teatro Mágico, que tirando a pirralhada gritando foi muito bom. De lá encontramos Helio, Lili, Pai e Mãe do Helio em um restaurante. Me despedi deles por que de manhã no domingo ia para Sampa.


É engraçado tá aqui. Volta e meia eu olho em volta ainda um pouco na dúvida. Quando o filme acabou, por exemplo, eu olhei pro Rodi e pensei "é, eu to aqui na casa dele. que bizarro!".
A gente diz que Itajubá é uma dobra no mapa. Parece que as pessoas só existem ali naquele lugar, naquela semaninha de julho. E aquela semana é muito especial lá você é quem quiser ser, e conhece pessoas tão intensamente, que parece que elas não existem. Ver pai, mãe, irmãos, cachorro, casa dessas pessoas é muito surreal. Ver os lugares, as fotos, conhecer as pessoas das histórias que me eram contadas ilustra muitas situações. Elas se tornam cada vez mais próximas, mais reais. Isso tudo é meio louco e sei que pouca gente vai entender... então deixa.


Sobre a cidade
Santos é uma cidade grande pequena. Tem cara de Rio, misturado com São Paulo mas num espaço reduzido. Tem 7km de orla separada por "canais" que são ruas principais que só Deus sabe por que são chamados de "canais".
A paia é bem larga e o chão não é fofo que nem as praias do Rio. A arreia é tão fina que não sai do pé mesmo que vc bata. A água é mais escura, e o mar não fica fundo.
Na verdade Santos tem bem mais kms de orla, até por que fica numa ilha (alias, isso eu não sabia!) mas todo o resto é ocupado pelo porto de Santos, um dos mais importantes do país. A Juzinha quando veio falou que o porto tinha cheiro de café. Ainda não fui lá, só passei perto então não senti isso.
Santos tem um aquário municipal, um museu do mar que tem esqueleto de baleia, três shoppings e pipoca rosa. Pois é, a pipoca doce aqui é rosa. Bizarro.

domingo, 11 de maio de 2008

Por que não aos pacotes de viagem.

Fui duas vezes para o nordeste.
A primeira delas fui para Natal com a minha mãe e o meu padrasto. Fiquei em um hotel na praia de Ponta Negra, a mais turística da cidade. Através do hotel contratamos um bugg que nos levou para conhecer as dunas de Natal. Outro dia fomos com uma excursão para Pipa. e por aí foi.
A segunda viagem eu fui de ônibus pelo interior da Bahia com mais três amigos. A gente ficava em pequenos hotéis, geralmente os mais baratos. Andávamos pelas cidade com o transporte mais habitual: mototaxi. Andávamos muita a pé, puxávamos papo com as pessoas das cidades.
A minha grande sensação é que eu não conheci Natal. O que vi lá foi a imagem turística de Natal. As pessoas "de verdade" eu não vi, não conheci. Já na Bahia a gente viveu um pouco das cidades, das rotinas. Conhecemos de verdade. Acho que podíamos até ter conhecido mais para ser sincera...
Em Salvador, por exemplo conhecemos duas meninas que vc jurava que não eram Baianas. Mas eram. e adoravam. Andamos pelo pelourinho sim... mas também pelas praias, de ônibus, pelos bairros menos conhecidos internacionalmente.
Por isso sou contra pacotes de viagem. Você acaba não conhecendo nada da cidade. Fica só no centrinho turístico vendo pessoas interpretando, querendo te agradar, te vender. Já viajando de perrengue vc acaba conhecendo a cidade. Se virando. Vc aprende mais, cresce mais e se diverte mais.
Vamos todos colocar a mochila nas costas e sair pelo mundo!